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domingo, novembro 04, 2007

A época de F1 em 2007 (para leigos) - Vodafone Mclaren Mercedes

Começa hoje neste blog um apanhado do que foi a época finda da categoria máxima do desporto automóvel. Tendo em conta que devido ao "favor" que a RTP fez em não renovar o contrato com a Formula One Management e que assim muitos perderam a acção, só podendo ler as paragonas de dia seguinte, vai aqui uma análise adequada ao déficit de informação proporcionado esta época. Ou seja, evitar-se-á usar palavras difíceis como "Pacto da Concórdia", "Controle de Tracção" ou "Pitbabe sem maquilhagem". Será feita uma análise a cada equipa, começando da 11ª até aos campeões mundiais de construtores. Espera-se que gostem (mas não é preciso irem a correr para assinar a SportTV, as corridas só vão recomeçar em Março do próximo ano...).


A primeira equipa a ser sujeita a escrutínio é a Vodafone Mclaren Mercedes. Aqueles mais atentos ao mundo da F1 dirão: "A Mclaren em último??!!". E uma pequena minoria até dirá: "Eles deviam mas era ser os campeões dos construtores! A história da espionagem foi uma treta!"
Digamos que esta última opinião é algo ressabiada. Um dos grandes "acontecimentos" da época foi o caso de espionagem que envolveu o antigo chefe de mecânicos da Ferrari (Nigel Stepney) e o director técnico da Mclaren (Mike Coughlan), com o primeiro a passar cerca de 700 páginas de informação confidencialíssima ao segundo. O caso estalou, porque o rapaz da loja de fotocópias, onde a mulher do Coughlan foi tirar reproduzir a preciosa informação, chibou-se à polícia.
Ou seja, vinda de um 2006 sem vitórias (o que não acontecia desde 1996), renascida das cinzas, com o MP4/22 a revelar-se uma máquina extremamente competitiva, permitindo a Alonso e a Hamilton darem cartas no campeonato, fruto da fiabilidade mais dúbia dos Ferrari, eis que vai tudo abaixo com toda a suspeita de espeionagem. E depois de se aquiltar muita da informação decorrente de todo o processo de investigação, nota-se que de facto ouve uso dessa informação sonegada à Scuderia.
O problema nisto tudo, é que quando estoira o escândalo da espionagem, as coisas já não iam bem no seio da equipa. Alonso começava a ficar bastante comichoso com o facto de não o tratarem um pouco acima do rookie Hamilton (afinal de contas, o espanhol sempre era o bi-campeão em título), enquanto o Tiger Woods da F1 começava a achar-se nas mesmas condições que o Alonso e começava a atirar boquinhas à direcção da equipa. Ron Dennis nestes casos dava primazia na maior parte das vezes a Hamilton. Ele (Dennis) não tinha a noção que estava a lidar com um espanhol.
Tamanha foi a confusão, que é o Alonso que quase se vai chibar à FIA sobre o uso de informação, pré-avisando o Dennis de que se não o favorecesse, iria dar com a língua nos dentes. Dennis decidiu dar ele próprio com a boca do trombone (mas sempre dizendo que não sabia de nada...). Os dias de Alonso na Mclaren estavam contados.
Peço desculpa por não falar muito em feitos desportivos, mas esta é a imagem que caracteriza a época da Mclaren... A partir do GP da Bélgica, a equipa deixa de figurar nas classificações do campeonato (a FIA tinha retirado as pontuações como um dos castigos no "Stepneygate"), com a equipa a perder ascendente para a Ferrari. O único sítio onde isso não acontecerá será no chuvoso GP do Japão, onde Hamilton ganhou.
Contudo, e quando tudo pareia estar facilitado, a costela de rookie de Hamilton veio bem ao de cima, e o jovem inglês (e a equipa) acabaram por fazer erros crassos que lhes custaram o campeonato de pilotos. Quanto a Alonso, chegaram a haver declarações de Ron Dennis, em que o presidente da Mclaren afirmava que estavam a correr contra o espanhol. Isto diz tudo, não?

Para 2008:
Alonso rescindiu com a equipa, e agora terão de procurar alguém para fazer de capacho (involuntário) a Lewis Hamilton. É que por esta hora o Dennis já deve ter aprendido que a ter dois pilotos em condições plenas de igualdade pode ser um grande óbice para o bom funcionamento da equipa. Nico Rosberg, Heikki Kovalainen e Adrian Sutil são os principais candidatos. E a FIA já avisou para terem cuidado com a concepção do MP4/23...

1 comentário:

Anónimo disse...

Depois de várias aventuras com a TV Cabo, comprei um kit satélite de campismo (65 euros tudo incluído), apontei para sudeste (isto do apontar não é tão fácil como parece), e vi as corridas que faltavam na RTL. Só é pena o meu alemão não dar para perceber os comentários do Niki Lauda e as entrevistas ao Norbert Haug.