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domingo, novembro 11, 2007

A época de F1 em 2007 (para leigos) - Scuderia Toro Rosso

(celebrando o melhor resultado da época, no GP da China)

A época da Scuderia Toro Rosso foi das mais erráticas de do plantel em 2007. As características da equipa ajudaram a isso. Sendo basicamente a extenção italiana da Red Bull, a Toro Rosso limitou-se a receber os restos da "casa-mãe", com a diferença de que este ano recebeu o mesmo chassis (o que fez com que a Spyker protestasse os seus resultados), mas teria de ficar com o motor Ferrari. Tendo em conta que o RB3/STR02 foi idealizado para o motor Renault, logo aqui havia um pequeno revés técnico.
Por falar em técnica, a Toro Rosso basicamente continuou a ser um receptáculo do que viesse das instalações de Milton Keynes, com Faenza a limitar-se a montar peças e pouco mais. Daí que Gabriele Tredozzi, que tinha ficado por lá mesmo depois da venda da compra da Minardi (convém lembrar que a Red Bull comprou a antiga escuderia italiana para formar a Toro Rosso), decidiu demitir-se do seu cargo de director técnico, pois pouco ou nada fazia. Para seu lugar foi contratado Giorgio Ascanelli, ex-Ferrari e Maserati, mais ligado à gestão de operações.
Por falar em gestão, este foi outro dos pontos fracos da Toro Rosso. Fruto da partilha Red Bull/Gerhard Berger, e apesar de haver na maior parte das vezes consenssos, ainda assim algumas dúvidas houve, sobretudo a nível de escolhas de pilotos. E tendo em conta que Berger nunca conseguiu encontrar os patrocínios que disse arranjar, teve de levar com Scott Speed, imposição da Red Bull. O americano e Liuzzi podiam muito bem ganhar o título de dupla mais errática do ano, com Speed a fazer um ou outro erro ocasional e Liuzzi, claramente um piloto com mais talento que o californiano, a deixar-se bater umas quantas veze, fruto da desmotivação, em muito instigado por Berger e Franz Tost, (o representante da Red Bull no topo da equipa), muito interessados em arranjar novas vagas na equipa. Tanto assim foi que, no final do GP da Europa, Speed chega mesmo a vias de facto com Tost, saindo pouco depois da equipa.
E a seguir vem uma benção chamada Sebastian Vettel.
O (muito) jovem alemão tinha-se estreado em GP's esta época depois de substituir o azarado Kubica na BMW, no GP dos EUA, tornando-se logo aí o mais jovem piloto a amealhar pontos no Mundial de F1. Sendo ele piloto Red Bull, e o que mais dava nas vistas, foi imediatamente chamado para tomar o lugar de Speed. Ora em pouco tempo, começa a equilibrar jogo com Liuzzi, para chegar ao cúmulo de estar em posição de ir ao pódio no GP do Japão! Claro que aí a sua juventude e inexperiencia em condições tão copiosas vieram ao de cima, com a sua corrida acabar numa colisão com Mark Webber. Para ajudar ao melodrama no seio da equipa, Liuzzi termina a prova nos pontos, mas é penalizado e baixa para nono...
Só que a corrida seguinte (China), as condições atmosféricas também não vão ser as melhores, e a equipa vai fazer uso disso, com Vettel a obter um extraordinário 4º lugar (a melhor posição de sempre da equipa, mesmo voltando à memória da Minardi) e Liuzzi a conseguir trazer o carro na sexta posição, mesmo tendo sido completamente acossado pelo BMW de Nick Heidfeld. Os pontos da época estavam feitos, e numa só corrida a escuderia italo-austríaca passa Spyker, Super Aguri e Honda na tabela de construtores. Mas se não fosse o efeito Vettel, esta poderia ter sido uma época deveras anódina para os rapazes de Gerhard Berger e Franz Tost.

Para 2008:
A gestão da equipa mantém-se apesar dos constantes rumores que apontam para Nicolas Todt ou Tony Teixeira a comprarem parcial ou totalmente as acções da equipa. Quanto a pilotos, Liuzzi sai para dar lugar a Sebastien Bourdais, que recebe assim finalmente a oportunidade de se mostrar ao mundo da F1, depois do bem sucedido "exílio" nos EUA (4 títulos na ChampCars). A opinião deste vosso escriba é que vai levar na pá do Vettel...
E a posição final no campeonato deverá ser mais ou menos a mesma deste ano...

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