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segunda-feira, novembro 05, 2007
A época de F1 em 2007 (para leigos) - Etihad Aldar Spyker F1 Team
Por norma diz-se que sem dinheiro não se vai longe na F1. Nada mais verdade. E se acrescentarmos a isso a 3ª direcção diferente em 4 épocas, também não reflecta nenhuma estabilidade prévia, elemento mais do que necessário ao surgimento de resultados.
Claro que a conversa dos holandeses que tinham adquirido a equipa nos finais de 2006 à Midland era de que seria um ano de paulatinada evolução, supostamente corroborada com a contratação de Mike Gascoyne para Director Técnico. Mas...
... nem mesmo Gascoyne é a Virgem Maria dos designers de F1 (aliás, a Virgem Maria dos designers não existe, veja-se o trabalho de Newey com a Red Bull), não podendo fazer muito mais de um projecto que tem a sua base idealizada em 2004, último ano de Eddie Jordan à frente daquela estrutura. Junte-se a isso um motor de competição-cliente (que vá lá, até não era mau), uma estrutura diminuta, escassez de orçamento, uma dupla de pilotos que não tirava o fôlego e a casa-mãe a ir à falencia.
Moral da história: os últimos lugares da grelha pertenceram invariavelmente à Spyker, com Adrian Sutil a fazer umas gracinhas com a versão B do F8-VII (a designação de F1 mais fixe dos últimos anos), a primeira demonstração da actividade de Mike Gascoyne e inclusive a pontuar no caótico GP do Japão (fez recordar Tiago Monteiro no GP da Bélgica de 2005, ultima vez em que o carro da equipa de Silverstone tinha marcado um ponto). De resto, o jovem alemão veio-se a revelar como uma boa surpresa, ele que tinha sido uma aposta pessoal de Colin Kolles, não obstante uma certa apetencia pelo muro e pelos rails nas primeiras provas.
Tão bom foi o seu desempenho, que o sobrevalorizado Albers, viu-se em palpos de aranha e começou a ser constantemente batido por Sutil, com a equipa a não ter medo do facto do sogro de Albers ser um dos accionistas e aproveitando a falha de pagamentos de um dos patrocinadores para meter fora da equipa o fala-barato holandês. Não sem antes este ter protagonizado um dos momentos mais caricatos da época...
Para substituí-lo a Spyker precisaria de outro pay-driver, mas à falta de acordo imediato, o piloto de testes Markus Winkelhock (que também tinha deixado uns euros para o lugar...) ocupou a vaga, disputando o GP da Europa realizado no sempre imprevisível Nurburgring, onde foi um dos reis da festa ao início, sabendo antecipar as condições meteorológicas, encontrando-se a liderar a prova, enquanto todos os outros tinham de ir a correr montar pneus de chuiva, algo que o filho do malogrado Manfred já tinha feito... Claro que foi sol (ou chuva...) de pouca dura, e depois do recomeço da corrida, Winkelhock desisitu com problemas mecanicos.
Na prova seguinte, Winkelhock daria o lugar ao "intalentoso" Sakon Yamamoto que já o ano passado tinha espalhado borracha pelas pistas com um Super Aguri, que trouxe 5 milhões da fortuna familar para pagar o resto da época. Foi sempre o grande candidato ao último lugar (muitas vezes ganhando esta posição!...).
O ano da Spyker ficou também marcado pelo processo que moveu contra a Toro Rosso e a Super Aguri, no que diz respeito à questão dos chassis-cliente, algo ainda não permitido no regulamento e que prejudicava a Spyker, pois tinha de construir os seus próprios carros, enquanto que a Red Bull e a Honda forneciam as suas equipas-satélite. Ainda está por decidir o pleito.
Para 2008:
A Spyker foi vendida nos finais da época a um consórcio que envolve a família Mol (que já estavam envolvidos na direcção da equipa) e o magnata indiano Vijay Mallya, dono das cervejas e companhia de aviação Kingfisher. Tendo em conta a origem do novo capital, a equipa passará a chamar-se Force India. No que diz respeito a pilotos, Sutil está confirmado (embora exista a possibilidade de ir fazer companhia a Hamilton na Mclaren), enquanto que a segunda vaga pela primeira vez em muitos anos, por aquelas bandas, não será ocupado por um pay-driver, com os principais candidatos a serem Christian Klien e Tonio Liuzzi. Os motores continuarão a ser Ferrari.
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