"O meu sonho é ter um penteado como o do Nuno" - (terá dito) Marcelo Rebelo de Sousa "O Zé precisa do Nuno" - José Sá Fernandes durante um sonho molhado "I me Nuno" - Verdadeiro título de canção dos Beatles

terça-feira, janeiro 20, 2009

El Dakar ha terminado





O primeiro Dakar fora d'África terminou no passado domingo em Buenos Aires, com vitória nos automóveis de Giniel de Villiers em VW, Marc Coma (KTM) nas motos e Firdaus Kabirov (Kamaz) nos camiões.



No que diz respeito aos carros, a VW finalmente conseguiu a vitória de um veículo com motorização Diesel, vitória essa que lhe vinha escapando sempre nas últimas edições. A marca de Wolfsburg desta vez optou por uma táctica mais conservadora, o que tendo em conta a vantagem do Race Touareg 2 face à concorrência, veio-se a revelar como uma estratégia de vitória, com Sainz a parecer o detentor dos louros, mas o traçado (e o road-book...) pregou-lhe uma partida, acabando por ser De Villiers a chegar ao triunfo, beneficiando também dos problemas de Mark Miller nessa mesma etapa. Vitória merecida por parte de um dos pilotos mais consistentes das últimas edições da grande prova.




Claro que a oposição não fez grande coisa. A Mitsubishi optou por lançar uma máquina nova, o Racing Lancer, que veio a evidenciar muitos problemas de juventude, que levaram à desistência de Peterhansel e Masuoka, com Alphand a desistir por problemas do seu navegador, sendo Nani Roma o único a chegar ao fim, conseguindo ainda ganhar uma etapa, mas também não evitando problemas que quase o obirgavam a desitir na segunda etapa. Um grande programa de desenvolvimento precisa-se caso queiram ganhar a prova.




No que diz respeito aos BMW X3 da X-Raid, a culpa vai para a gestão desportiva da equipa antes da prova começar, pois apostar simplesmente num piloto (Nasser Al-Attiyah) veio a revelar-se suicida, pois o qatari veio a sofrer graves problemas mecânicos, que o obrigaram a atalhar e a ser forçados a desistir, fruto de excesso de penalização. Guerlain Chicherit poderia ser o "suplente" para a vitória, mas mais um vez o seu andamento impetuoso veio a comprometer a equipa, logo na primeira etapa. E o facto de ter fornecido os outros carros oficiais a pilotos inexperientes e sem provas dadas (Peter van Merksteijn e Rene Kuipens) também foi algo de ridículo. Mais valia terem pago alguma coisinha ao Carlos Sousa e teriam alguma coisa para mostrar no final do rali. Menção especial ao argentino Orlando Terranova que alinhou num X3 semi-oficial que ainda deu um pouco nas vistas, tendo em conta a inexperiencia do antigo piloto de motos, mas que viria a ser obrigado a desistir devido a acidente.





Ou seja, num rali marcado pelas várias atribulações nas equipas oficiais, outros tiveram oportunidade de brilhar como foi o caso de Robby Gordon, pela primeira vez a levar o Hummer ao pódio, e as Nissan Navarra da Overdrive, que Ivar Erik Tollefsen e Krzystof Holowczyck conseguiram meter nuns surpreendentes 4º e 5º lugares. No que diz respeito aos portugueses foi uma pequeno descalabro, com a Adélio Machado a ser o único a terminar numa posição relativamente decente (37º), mesmo falhando claramente o objectivo de conseguir a vitória na classe de promoção. Mas também, se compararmos com os outros lusos, em especial Leal dos Santos e os irmãos Inocêncio, o Adélio parecia um predestinado...





Nas motos, o catalão Coma ofereceu mais uma vitória à KTM, dominando do princípio ao fim a prova, nunca permitindo grandes aproximações dos seus adversários, nomeadamente Cyril Despres. A surpresa acabou sendo a boa prova de David Fretigné com a Yamaha 450, almejando um excelente pódio. Dentre os que desistiram, destacam-se as prestações do americano Jonah Street e do chileno Francisco "Chaleco" Lopez, que poderiam ter acabdo a prova em posições deveras meritórias.




Mas estamos a falar de uma prova em que o acabar já é uma vitória em si, e nisso os lusos mais experientes cumpriram a lição. Hélder Rodrigues voltou a repetir a melhor classificação de um português nas motos (5º), só ficando atrás das motos oficiais. quando tiver mais uns tostões e uma estrutura melhor, é rapaz para discutir a vitória, acreditem! Paulo "Speedy" Gonçalves também esteve muito bem, conseguindo terminar no top-ten, fazendo 2º entre as 450cc e ainda obtendo a melhor posição entre os motards da Honda. Já Bianchi Prata cantou de galo a tentar impressionar os sponsors e os media antes do rali começar, prometendo uma eventual vitória nas 450, acabando pr obter somente a 30ª posição ao volante da nova BMW. No que diz respeito aos desistentes, foi pena Pedro Oliveira ter ficado pelo caminho, pois assim ficou por avaliar o potencial da Yamaha deveras alterada em Portugal e que alinhava sobre o nome de Dakar Tech.






Last but not the least, temos os maiores, em sentido literal, do pelotão, os camiões. Os louros do triunfo voltaram este ano aos russos da Kamaz, com firdaus Kabirov a conseguir a sua segunda vitória no rali, logo seguido pelo "czar" Chagin em "monstro" idêntico. O único que ainda deu alguma luto aos camiões azuis e brancos, foi o holandês Gerardus de Rooy ao volante do GINAF, terminado na terceira posição. A destacar ainda a desistência de Hans Stacey (vencedor de 2007) e o quase obscurantismo da participação dos Tatra, para não falar da falta de competitividade de uma das inscrições mais carismáticas na classe, os "pequenos" Hino da família Sugawara.





Como última nota sobre a prova deste ano, umas palavras sobre e para a ASO. Os rapazes lá fugiram com o rabo entre as pernas de África para o continente sul-americano. Mas tamanha foi a pressa na fuga que se esqueceram que no hemisfério sul as estações são ao contrário, i.e., fazer reconhecimentos no inverno em regiões áridas e montanhosas não é das ideias mais brilhantes que se possam ter, sobretudo quando se tem a cargo uma prova desta magnitude. O constante encurtar de etapas acabou por retirar alguma da verdade desportiva, embora cá para mim, alguns concorrentes deviam estar calados no que diz respeito à dureza da prova. Ora o Dakar foi sempre um teste às capacidades de pilotos e máquinas e não um passeio, quem se inscreve tem que ter isso bem presente, caramba!
A resposta atabalhoada e deficiente ao motard francês Pascal Terry também foi uma mancha muito negra na iamgem da ASO, sendo a descoordenação entre o Quartel-General em França e a organização Argentina as grandes responsáveis pelo perecimento deste participante.
Vai daí que considerem o regresso a África (fala-se na Líbia e Tunísia), visto aí já saberem o que a casa gasta e ser menos oneroso em termos de logística. E devolver a prova a África é mais do que justo e correcto. E de homem (e mulheres também) era terem a coragem de voltar à rota antiga de Europa-Marrocos-Mauritânia-Senegal. Pelo menos no Africa Race não raptaram ninguém...

1 comentário:

PTM disse...

bem para não deixar na manela deixo neste, conheces este blog? http://www.voandobaixo.globolog.com.br/