"O meu sonho é ter um penteado como o do Nuno" - (terá dito) Marcelo Rebelo de Sousa "O Zé precisa do Nuno" - José Sá Fernandes durante um sonho molhado "I me Nuno" - Verdadeiro título de canção dos Beatles

quinta-feira, agosto 27, 2009

Uma banda/músico por dia #496 - Sérgio Godinho



"Com um brilhozinho nos olhos", Canto da boca (1981)

Da geração baladeira de pré e durante Abril, este é quem tem ficado sempre na crista da onda, sabendo sempre adaptar as letras e músicas aos tempos que correm, embora às vezes puxe o limite (mas também quem lhe manda ter o Nuno Rafael como director musical?).

Uma banda/músico por dia #495 - Sean Riley and the Slowriders



"Houses and wives", Only time will tell (2009)

Coimbra still rocks

Uma banda/músico por dia #494 - Inspiral Carpets



"Two worlds collide", Revenge of the goldfish (1992)

O Sporting de Madchester (o Benfica é os Stone Roses, o FC Porto os Happy Mondays e o Boavista de 2000/2001 os Charlatans - é que afinal era só corrupção). Noel Gallagher serviu de roadie a estes rapazes.

Uma banda/músico por dia #493 - Cornershop



"Who fingered rock n' roll", Judy sucks a lemon for breakfast (2009)

Monhés go rock n' roll!

segunda-feira, agosto 10, 2009

My Bloody Valentine e o Rock One - A rant



Este ano tem estado fraco a nível de concertos,no que diz respeito à minha pessoa. Não é que não venham bons nomes a Portugal, que de facto têm vindo, mas o crescer das despesas e um tempo cada vez mais curto faz com que as idas a (no mínimo) Lisboa para concertos estejam mais apertadas.
Claro que com a cada vez maior aposta no sector dos eventos aqui no Algarve, já se vai tendo oportunidade de espreitar um ou outro nome de jeito aqui na região. Claro que estamos falando de eventos e não cultura, logo muito coisinha burguesa e sem piada vem junto, mas sempre temos bons exemplos como é o caso do Festival MED de Loulé, onde tive a oportunidade de ver um brutal concerto da maliana Rokia Traoré.
Claro que isso sempre leva a que outros aproveitem para ordenhar uma vaca que já está a ser desleitada. Foi o caso do pessoal da Parkalgar e da Ritmos & Blues que além de acrescentar mais um evento, foram logo fazer um festival de música "rock", mais para mais no mesmo fim-de-semana do Sudoeste, posto oficial de férias para os jovens sem dinheiro abixo do Mondego.
Observar a programação do festival fazia antever o desastre. Ora vede:
  • O cartaz estava repleto de bandas portuguesas (só no dia da Ana Free é que esteve presente somente um "portuguese act"), o que revela o factor "última da hora" para conseguir bandas estrangeiras
  • Onde estiveram os ditos DJ's internacionais?
  • Incoerência estílistica no que diz respeito ao terceiro dia, mais próprio para um espaço fechado e com conforto para o público potencial, que nem de longe eram os putos que foram acampar no cimento e asfalto do paddock, sem direito a sombra. Bjorn Again num festival rock? Quem era o organizador? O La Féria?
  • Continuando no mesmo assunto, meter uma banda primordial na cena indie do final dos anos 80 e respectivas consequências encafifada entre Tara Perdida e Offspring, é quase um convite a que o Kevin Shields e sus amigos não voltem a Portugal. Os putos dos suburbios algarvios que lá estavam para ver o panqueroque (coitados, se ouvirem Ramones, hão-de falar mal...) não faziam puto de ideia (e 75% não parecia ter inteligência para) do que se estava a passar.
  • O Autódromo Internacional do Algarve é uma grande infra-estrutura, já aqui elogiada neste blog e à qual faço questão de ir sempre que há provas de automobilismo (só ainda falhei a ronda do PTCC em maio). Esta excelencia não faz com que ainda assim seja uma boa localização para um festival rock. É que todo aquele asfalto lisinho e novo do paddock, delitimitado pela extensa linha das boxes de um lado e pelo muro que sustem a cota mais alta do traçado torna o espaço um pouco acéptico para a sagração musical.
  • O aburguesamento de algumas iniciativas como o Champagne Lounge ou o patrocínio da Rádio Comercial faziam ver que de rock este festival só tinha alguns putos que compraram o bilhete de 4 dias (mas que também não passam dos Linkin Park e dos Offspring)
  • Um conselho: Se é para manter o Festival, arranjem outra data que não seja coincidente com os bons e verdadeiros festivais de verão (Paredes de Coura, Alive!, Sudoeste, Festival de Músicas do Mundo em Sines e Super Rock), arranjem novo promotor (a Ritmos & Blues só serve mesmo para organizar concertos para betos e tóininhos), pode ser que a Everything is New dê uma ajuda (a Música no Coração já tem verão que chegue). Aliás, se quisessem ser mesmo inovadores, faziam o Festival nas férias de Natal. Bem marketizado e programado, resultava
No que diz respeito aos My Bloody Valentine (MBV), a única razão para eu me ter deslocado ao Rock One, cumpriram completamente as minhas expectativas. Linhas melódicas apresentadas em forma de distorção, uma espécie de Cocteau Twins esquizofrénicos, os MBV começaram com 40 minutos de atraso em relação ao previsto. Previamente, tinham sido entregues tampões para os ouvidos à entrada do recinto, cortesia da banda irlandesa, fruto das primeiras reacções aos concertos de reunião, com muitas queixas a nível dos ouvidos por parte dos fãs. E o soundcheck mostrou bem isso, com os gunas todos a ficarem todos logo de pé atrás, quando afinavam a guitarra do Kevin Shields...
Quase mudos e calados, surgiram em palco e atacaram placidamente os seus instrumentos, o que levou logo os putos a arrepiarem os cabelos. Todo o concerto foi no mesmo tom, com clássicos como "Soon", "Slow", "Only shallow" (aqui a parte instrumental entre lyrics), "Thorn" ou "You made me realise", a última e definitiva canção, em que o Kevin Shields retribuiu os manguitos e lenços brancos, com 12 minutos de distorção pura e em altos berros. Noutra altura teria achado a mais, mas diverti-me a valer com os putos e matarruanos todos a já não terem força para erguerem os braços e esticar o dedo do meio! E só usei os "ear plugs" nas primeiras duas canções!
Enfim, um momento musical memorável, ao qual tenho de agradecer à Ana Marta, que ofertou as entradas para mim e para o meu irmão. A ela dedico-lhe uma das distorções polidas pela voz da Bilinda Butcher como que ao longe, mas a ser performada à vista de todos. Muito obrigado!

P.S. - Os MBV num outro concerto ao vivo. Os putos pelos vistos guardaram os telemóveis para os Offspring...

Uma banda/músico por dia #492 - Rui Reininho



"Bem bom", Companhia das Índias (2008)

quinta-feira, agosto 06, 2009